Dentro da recente proposta de enfocar o Cinema não apenas como expressão artística e entretenimento, mas também como mecanismo de integração social e conscientização, o Museu Histórico de Pinhalzinho em parceria com o Setor de Atendimento ao Imigrante (SAI) promove no próximo sábado, dia 02/12/2023, uma sessão de exibição do filme argentino “Um Conto Chinês” (Un Cuento Chino) – de 2011, dirigido por Sebastián Borensztein e protagonizado pelo astro Ricardo Darín – com seu áudio original em espanhol, tendo a comunidade venezuelana que reside no Município como público-alvo. O início da programação está previsto para as 14 horas, na sede do Departamento da Pessoa Idosa, junto ao Salão Paroquial.
“Desde que começamos com o Cine Debate, no mês de setembro, durante a Primavera dos Museus, fomos procurados por vários setores da administração municipal para realizarmos parecerias no intuito de fomentar a exibição de filmes, visto que há uma demanda por esse tipo de atividade, já que não existe sala de cinema no Município”, explica o historiador Bruno Aranha, do Museu Histórico de Pinhalzinho, acrescentando que, por solicitação do programa de Política do Idoso, tem sido organizadas exibições de filmes pelo interior do Município, voltadas aos residentes das comunidades, à exemplo da que acontece no próximo dia 30/11, às 14 horas, no Salão do Distrito de Machado, com projeção do filme Jecão, um fofoqueiro no céu (1977), dirigido por Pio Zamuner e Amácio Mazzaropi, sendo que este último também interpreta o personagem principal.
Em Pinhalzinho, o Comitê Municipal de Atenção a Migrantes e Refugiados (COMIRE) vem organizando ações para reunir e atender a comunidade venezuelana, como foi o caso do “I Encuentro Municipal de Inmigrantes”, realizado em julho, no Salão Paroquial. Bruno, que também faz parte do comitê, explica que através do Setor de Atendimento ao Imigrante (SAI) surgiu a proposta para se desenvolver uma atividade tendo o Cinema como foco.
“O principal objetivo é promover a socialização dentro de uma atividade cultural direcionada para essa audiência”, argumenta o historiador. “Também é uma maneira de a comunidade estreitar relações com o Poder Público, para que o mesmo possa desenvolver políticas direcionadas para os imigrantes”.
Apesar de a obra ser projetada no seu idioma original, a entrada é livre para qualquer interessado, já que também existe por parte dos organizadores a expectativa de promover uma maior integração entre venezuelanos e brasileiros aqui no Município. “Historicamente, o Brasil sempre foi distante dos demais países latino-americanos, mesmo com a nossa proximidade cultural, geográfica e o fato de o espanhol ser uma língua parecida com o português”, menciona Bruno. “Vale lembrar que o filme a ser exibido possui uma linguagem universal, de fácil entendimento para todos, o que nos possibilita romper essas barreiras e fronteiras simbólicas que estão aí e muitas vezes não nos damos conta”, finaliza o historiador.
André Bozzetto Junior
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